Em entrevista exclusiva ao Correio do Povo, Mano Menezes falou abertamente sobre os principais desafios à frente do Grêmio e as realidades do futebol brasileiro.
Com sua já conhecida franqueza, o treinador não fugiu de temas delicados como a disparidade financeira entre os clubes, a força de Flamengo e Palmeiras, e a forma como os clubes do Sul precisam se organizar para competir com gigantes do eixo Rio-São Paulo.
“Nós não podemos competir com o Flamengo nas regras do Flamengo. Temos que competir com o Flamengo nas nossas“, afirmou Mano, em uma das falas mais marcantes da entrevista. O técnico destacou a necessidade de encontrar outros caminhos para igualar forças com clubes que hoje operam com orçamentos muito superiores.
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A força das ideias frente ao poder financeiro
Segundo Mano, é preciso reconhecer as diferenças históricas de estrutura e receita. “O Flamengo sempre foi uma equipe de faturamento maior. Ela só está mais organizada agora, mas isso não é novo. O centro do país sempre trabalhou em outro patamar.”
RS – PORTO ALEGRE – 29/05/2025 – COPA SUL-AMERICANA 2025, GREMIO X SPORTIVO LUQUENO – Mano Menezes tecnico do Gremio durante partida contra o Sportivo Luqueno no estadio Arena do Gremio pelo campeonato Copa Sul-americana 2025. Foto: Maxi Franzoi/AGIF
O técnico lembrou, por exemplo, do início de sua trajetória no Corinthians, em 2008, quando o clube paulista disputava a Série B. “Lá, a folha era R$ 3 milhões no pior momento. Aqui no Grêmio, na mesma época, era R$ 800 mil. Isso mostra o abismo estrutural que existe, e ainda existe, mesmo com avanços”, relatou.
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Caminhos alternativos e foco na organização
Para Mano, o segredo para clubes como o Grêmio é apostar em organização e planejamento de longo prazo. “Temos que competir com bons projetos, com continuidade. Não adianta tentar copiar o que Flamengo e Palmeiras fazem sem ter a base para isso. Precisamos de identidade.”
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Mundial como espelho
Sobre o novo formato do Mundial de Clubes, Mano acredita que a competição será um “parâmetro técnico valioso” para os clubes brasileiros. “Vamos poder medir se estamos no caminho certo. Isso nos incentiva a melhorar ainda mais.”