“Lesões são mais comuns entre mulheres”, explica a especialista A ausência de Byanca Brasil nas últimas rodadas do Brasileirão Feminino reacendeu o debate sobre a preparação das atletas no futebol feminino. A atacante do Cruzeiro sofreu uma lesão ligamentar no tornozelo direito e está fora por tempo indeterminado. O caso motivou a ex-médica da Seleção …
A ausência de Byanca Brasil nas últimas rodadas do Brasileirão Feminino reacendeu o debate sobre a preparação das atletas no futebol feminino. A atacante do Cruzeiro sofreu uma lesão ligamentar no tornozelo direito e está fora por tempo indeterminado. O caso motivou a ex-médica da Seleção Brasileira, Flávia Magalhães, a comentar sobre as lacunas no processo de formação de jogadoras no Brasil. “Lesões como entorse de tornozelo, síndrome patelofemoral e até rupturas de ligamento cruzado anterior ocorrem com mais frequência em mulheres por uma série de fatores anatômicos, hormonais e biomecânicos”, explicou.
Para Flávia, o tipo de entorse sofrido por Byanca exige atenção especial. Ela destaca que lesões em atletas de alto rendimento demandam reabilitação personalizada. “Além disso, as variações hormonais, especialmente os picos de estrogênio, interferem diretamente na estabilidade articular”, complementou. Segundo a especialista, a ausência de um protocolo eficiente para prevenção nas categorias de base agrava os riscos. “Precisamos enxergar a reabilitação e a prevenção não como custos, mas como investimentos.”
A médica também fez um alerta em relação à desigualdade estrutural entre os departamentos médicos femininos e masculinos no futebol. “A discrepância entre as estruturas disponíveis para os departamentos médicos e físicos de clubes masculinos e femininos é um obstáculo à plena recuperação e ao desempenho sustentável das atletas”, afirmou. Para ela, casos como o de Byanca devem ser tratados como um ponto de reflexão para todo o futebol nacional.
Gabigol e Byanca Brasil durante treino do Cruzeiro Feminino. Foto: Gustavo Martins/Cruzeiro
Internamente, o Cruzeiro trabalha para transformar esse cenário. A diretora Bárbara Fonseca tem conduzido a implantação de uma estrutura sólida para as categorias de base femininas. Em 2025, o clube aumentou significativamente o investimento no setor, que passou de R$ 8 milhões para R$ 15 milhões. A mudança também passou por reestruturação administrativa, com a saída de Kin Saito e a efetivação de Bárbara, resultando em crescimento esportivo e financeiro.
Paralelamente ao desenvolvimento da base, o clube também investiu fortemente no departamento médico. A modernização da Toca da Raposa II recebeu um aporte de R$ 10 milhões, com a construção de um novo espaço de saúde e performance. “As instalações estão entre as mais modernas da América Latina”, declarou o vice-presidente Pedro Lourenço. Equipamentos vieram de países como Holanda e Alemanha, garantindo suporte de ponta aos atletas.
O cuidado com as jogadoras passa a ser prioridade na nova gestão. A sala de fisioterapia foi equipada com pisos europeus que absorvem impacto e máquinas de alta precisão. A intenção é garantir que tanto o time masculino quanto o feminino tenham acesso igualitário à estrutura. A modernização não apenas qualifica o tratamento, mas também ajuda na prevenção de lesões como a de Byanca, reforçando a importância da ciência no esporte de alto rendimento.
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Sobre a atacante, o clube informou que ela segue sob os cuidados do Departamento de Saúde e Performance. Ainda não há previsão oficial para seu retorno, e as atualizações sobre seu quadro serão divulgadas exclusivamente pelos canais oficiais da Raposa. Enquanto isso, o Cruzeiro segue classificado para as quartas de final do Brasileirão e espera poder contar com a atleta nas fases decisivas da competição.
